top of page

ESPORTES EQUESTRES

História dos Esportes Hípicos

    A equitação pode ser compreendida como atividade esportiva de competição e de lazer. As modalidades esportivas praticadas no Brasil seguem quatro vertentes mais ou menos definidas: o Hipismo Clássico, o Hipismo Rural, a equitação de lazer e a equitação terapêutica. As atuais provas do Hipismo Clássico foram formatadas pelas cavalarias da Europa entre 1500 e 1900 da nossa era, e representam o treinamento militar (CCE), equitação-arte (Adestramento) ou competições esportivas (Salto e Pólo). As provas de Hipismo Clássico mais praticadas no Brasil são o adestramento, CCE, enduro, pólo e volteio. A origem da equitação situa-se há cerca de 6.000 anos nas estepes da Ásia Central em conseqüência da simbiose biológica da espécie Homo Sapiens com o Equus caballus. Esta simbiose causou um tal impacto sobre as relações humanas que todas as atuais civilizações de vanguarda foram formadas na Era Eqüestre, que vicejou de 1500 antes de Cristo até 1900 d.C. As sociedades desprovidas de cavalos jamais ultrapassaram a condição de cidade/estado. Tal importância para o desenvolvimento da civilização preserva-se até hoje nos rituais e procedimentos dos esportes hípicos. E, entre os países que possuem tradições eqüestres insere-se o Brasil, cuja memória esportiva pode ser tematizada como se segue de modo resumido, com base em Renyldo Ferreira (2003).

      1641: O mês de abril deste ano marca o início da equitação esportiva no país quando se realizou o Torneio de Cavalaria por ordem do governador-geral, príncipe Maurício de Nassau, em Cidade Mauricea, Pernambuco. Participaram da competição cavaleiros holandeses, franceses, alemães, ingleses, portugueses e brasileiros. A época era do domínio holandês no nordeste brasileiro, mas os portugueses e brasileiros foram os vencedores da competição.

       Séculos XVIII e XIX: Neste período eram comuns as cavalgadas e os torneios esportivos informais (corridas, simulações de combate e disputas com lança e espada contra bonecos de palha) em diversas regiões do Brasil. A equitação como atividade esportiva organizada tornou-se mais evidente desde 1810 uma vez que a então Academia Real Militar, que formava oficiais do Exército, a incluía entre suas disciplinas, em conjunto com a esgrima e a natação. Além disso, no Rio de Janeiro-RJ, em especial, registram-se notícias na imprensa local sobre corridas rasas, desde 25 de maio de 1814. Em 1847, cria-se o Clube de Corridas também no RJ, que teve como primeiro presidente Luís Alves de Lima e Silva, o Duque de Caxias. A partir deste evento e reconhecendo a importância do cavalo como arma de guerra, o Governo Imperial – por iniciativa de Caxias – procurou melhorar a criação nacional, importando da Europa garanhões puro sangue inglês (PSI). Em São Paulo-SP, outra personalidade incentivava as corridas no Campo da Luz: a Marquesa de Santos, que descobrira o prazer de montar a cavalo em 1830. O campo da Luz deu origem, em 1875, ao Clube de Corridas Paulistano, que mais tarde passou a se chamar Jockey Club da Mooca, o precursor do atual Jockey Club de São Paulo.

      1863: A prática da equitação acadêmica foi introduzida no Brasil pelo brasileiro Luiz Jácome de Abreu e Souza, que estudara na Inglaterra, onde assimilou os princípios eqüestres do Duque de Newcastle, tornando-se um respeitado especialista em hipologia, criação e corridas de cavalos. Embora montar a cavalo já fosse uma prática generalizada no Brasil, não se implantara, todavia uma preparação baseada num adestramento racional e sistemático, como já ocorria na Europa, em diferentes escolas como Versalhes (1680), Espanhola de Viena (1735) e de Cavalaria de Saumur (1834). Em 1869, Jácome foi contratado como professor da princesa Leopoldina e agraciado pela Família Imperial com o posto de capitão honorário da Guarda Nacional, em reconhecimento às suas qualidades como mestre e à contribuição para a difusão da equitação acadêmica. A simpatia da Corte pela equitação teve influência da princesa Leopoldina, que em suas aulas e cavalgadas, pela Quinta da Boa Vista-RJ era acompanhada pelos aristocratas.

         1900: A partir deste ano, Jácome começa a difundir os princípios do Duque de Newcastle no Regimento de Cavalaria de São Cristóvão, na cidade do Rio de Janeiro. Entre seus discípulos estavam os tenentes Armando Baptista Jorge, Lacerda Gama, Lima Mendes, Euclydes Figueiredo, Orozimbo Pereira e Antônio da Silva Rocha, nomes que hoje figuram em picadeiros de adestramento de todo o país. Antes da 1ª Grande Guerra, Lima Mendes e Euclydes Figueiredo participaram também de cursos de equitação em Hannover, Alemanha. Em 1911, Jácome cria um dos primeiros clubes hípicos do Brasil, o Club Sportivo de Equitação – hoje Centro Hípico do Exército, localizado na Avenida Bartolomeu de Gusmão, no Rio -, nos terrenos das antigas cocheiras dos animais da princesa Leopoldina, formando com o clube hípico da Rua Silva Jardim (1909) e o Centro Hípico Brasileiro, na Praia Vermelha (1910), a base da equitação esportiva do Rio de Janeiro.

    1906: Em São Paulo, o então secretário de Justiça e Segurança Pública do Estado, Washington Luís, contrata uma Missão Militar Francesa para instruir a tropa da Força Pública. Com a chegada da Missão, os cavaleiros civis, que antes se dedicavam principalmente às cavalgadas, jogos das rosas, caça à raposa e corridas, passam a se interessar pelo salto de obstáculos, utilizando a área central do velódromo da cidade para as competições. Para aprender a saltar, os civis se organizam para fundar uma sociedade hípica e assim surgiu, em 1911, a Sociedade Hípica Paulista-SHP, com sede no bairro da Aclamação de São Paulo-SP.

 

Fonte: http://www.ahistoria.com.br/esportes-hipicos/

 

bottom of page