top of page

Salto / Jumping

   Definição e Origens: O salto é uma prova praticada em pista de areia ou grama, onde o cavaleiro deve transpor de 12 a 15 obstáculos (postes duplos e paralelos, fosso de água com 5 metros, barras triplas, muros de tijolos, cercas e encostas), distribuídos por um percurso de 700m a 900m. Cada cavaleiro faz duas passagens pelo mesmo percurso. Uma característica da prática da equitação do início do século XX foi a dedicação dos militares à equitação clássica, mais especificamente ao salto. Um marco de mudança foi a vinda para o Brasil, em 1906, da Missão Militar Francesa – René Demirgian e Fréderic Stattmüller- para instruir a tropa da Força Pública. Os cavaleiros civis então, interessados em aprender a saltar de acordo com as técnicas da equitação francesa, se reuniram e fundaram, em 1911, a Sociedade Hípica Paulista-SHP, no bairro da Aclimação, em São Paulo-SP.     Entre os melhores representantes da SHP nesse período estão Guilherme e Eduardo Prates, filhos do Conde de Prates, então presidente da SHP, Celso Correa Dias e a amazona Candinha Prates que montava de lado, em seleta especial. A presença e o desempenho das mulheres brasileiras nas provas de salto merece destaque especial. Contemporânea de Candinha Prates, outra paulista, Graziela Porchat, também montava de lado. Essas duas mulheres marcaram a presença feminina nas provas de salto até o final da década de 1930. Em 1920 é introduzida a prova de CCE no Brasil. Em 1922, o Rio de Janeiro-RJ foi sede do primeiro concurso de salto internacional (CSI) e Clóvis Camargo bate o recorde brasileiro de salto em altura com a marca de 2m30.

 

   Década de 1930: Este período é marcada por um grande número de competições em São Paulo-SP, quando ficou evidente o aperfeiçoamento do estilo de salto dos cavaleiros que seguiam o modelo preconizado por Federico Caprilli, capitão do exército italiano.

 

   Década de 1940: O Rio de Janeiro, neste estágio, se destacou na promoção e provas de salto aumentando muito o número e a qualidade dos participantes civis, entre eles Roberto Marinho, jornalista já de renome nacional. Mulheres arrojadas também faziam parte desse grupo, como Nair Aranha e Vera Alegria. Nessa época, a paulista Antonieta Revoredo tornou-se a primeira mulher a transpor 2 metros no salto em altura. O nome de Roberto Marinho se destacou no cenário hípico não só como atleta mas também por ações que promoveram a equitação clássica brasileira nos anos seguintes. Após a 2ª Guerra ele trouxe para a Sociedade Hípica Brasileira, no Rio de Janeiro, o capitão de cavalaria polonês Roman Polorowsky que marcou época e contribuiu muito para a formação de vários e eficientes cavaleiros e, principalmente, amazonas. Neste estágio, a Escola de Equitação do Exército foi reaberta em sede própria, em Realengo – RJ, oferecendo curso de formação de instrutores voltado para oficiais, mas com pelo menos dois civis incluídos em cada turma. Foram formados cavaleiros de nível internacional, respeitados instrutores e dedicados homens de cavalo que fundaram muitas das agremiações brasileiras e tornaram-se dirigentes de clubes, federações e da própria Confederação Brasileira de Hipismo-CBH. Em 1949 José Bonifácio Amorim bate o recorde no salto em altura com a marca de 2m17 e Antonieta Revoredo bate o recorde feminino com a altura de 2m00.

   Década de 1950: No primeiro ano desta década, no Rio de Janeiro-RJ, acontece o primeiro destaque brasileiro em provas de adestramento com a participação de Rubem Continentino, no Concurso Hípico Internacional-CHI do Rio de Janeiro. Em 1951, Anísio Rocha, com Adonis, conquistam o quarto lugar no CCE durante os Jogos Pan-Americanos de Buenos Aires. Em 1952, nos Jogos Olímpicos de Helsinque, o Brasil conquista um quarto lugar individual com Eloy/Biguá e um quarto lugar por equipe. Em 1956, a equipe brasileira que participou dos Jogos Olímpicos de Estocolmo-Hipismo (a sede dos Jogos foi em Melbourne, Austrália) foi composta por dois militares, Eloy Menezes e Renyldo Ferreira, e por dois civis, Pedro Lopes Corvello e Neco – Nelson Pessoa, até hoje um dos maiores nomes do hipismo mundial. Neco classificouse em décimo lugar. Em 1959, a equipe brasileira de salto – Neco, Carvalhinho, Francisco Leite Neto e Renyldo- ganham a medalha de prata nos Jogos Pan-Americanos de Chicago. Em 1963, São Paulo foi sede dos Jogos Pan-Americanos e o hipismo brasileiro participou das provas de adestramento (6º,7º e 8º lugares), CCE (7º lugar) e salto (5º lugar por equipe e 7ºlugar individual com Antônio Alegria).

   Década de 1980: O investimento na formação dos cavaleiros tornou-se mais evidente a partir desta década, quando a Confederação Brasileira de Hipismo-CBH, a exemplo do que já ocorria em São Paulo, procurou levar o hipismo ao público leigo do restante do Brasil, promovendo provas fora dos clubes hípicos. Uma figura que merece destaque nesse período é a de Paulo Gama Filho que, em sua gestão como presidente da CBH, estimulou as federações a organizarem competições em praça pública. Várias cidades como Salvador, Recife, Belém, Goiânia, Anápolis, Petrópolis, Miguel Pereira e Paty do Alferes realizaram torneios com essa orientação. Na cidade do Rio de Janeiro, muitas provas foram disputadas no Parque da Cidade e no Barra Shopping, de acordo com o plano do Concurso Hípico em Arena Pública-CHAP. Paulo Gama Filho deu continuidade à sua iniciativa e, em 1982, incentivou a realização de estudos com o objetivo de estabelecer um sistema de trabalho semelhante ao Hunter Seat Equitation (vitorioso sistema norte americano), para melhorar a formação dos cavaleiros brasileiros. Como resultado, houve a primeira clínica “Sul América Equitation”, com a participação de conceituados instrutores norte-americanos. A década de 1980 foi marcada pelo surgimento de importante quantidade de novos clubes, manéges, haras e centros eqüestres em todo o Brasil, principalmente no eixo Rio-São Paulo. As equipes brasileiras passaram a se destacar nas principais provas de salto internacionais como, por exemplo, na Copa das Nações, em Aachen 1987, com o 3º lugar por equipe, com a participação de uma mulher, e Neco (Nelson Pessoa) vencendo o GP da Europa em 1989.

   Década de 1990: Esta década é citada como áurea do salto, pelos triunfos dos brasileiros pelo mundo. Destaque para o nono lugar individual de Rodrigo Pessoa, em 1992, nas Olimpíadas de Barcelona, cavaleiro mais jovem a participar de uma Olimpíada. Em 1995, nos Jogos Pan-Americanos de Mar Del Plata, o Brasil tornou-se expressão máxima no salto, no continente americano, quando conquistou a medalha de ouro por equipe e o quarto lugar individual. O sonho de uma medalha olímpica no salto foi concretizado com a conquista do terceiro lugar por equipes na Olimpíada de Atlanta, em 1996. Em 1999 a equipe brasileira sagrouse tetra-campeã nos Jogos Pan-Americanos de Winnipeg. O final do século XX foi marcado por dois fatos significativos para o Brasil nas provas de salto: o cavaleiro Rodrigo Pessoa ocupando o segundo lugar no ranking mundial de saltos da Federação Eqüestre Internacional-FEI, atrás apenas do suíço Willi Mellinger, e o Brasil inteiro à frente dos aparelhos de televisão, à meia noite, torcendo por Rodrigo Pessoa e Baloubet du Rouet, última chance de uma medalha de ouro nas Olimpíadas de Sidney. O resultado não foi o esperado mas, ainda assim André Johannpeter conquista um honrado e muito bem colocado 4º lugar individual.

   Situação Atual: O salto sempre foi o esporte eqüestre mais lembrado pela mídia e é o que tem mais patrocinadores privados. Apenas a Associação Brasileira de Hipismo Rural-ABHIR, por exemplo, distribuiu 200 mil reais em premiações em 21 eventos organizados durante a temporada de 2001. Tanto em nível nacional quanto estadual, o hipismo de base tem recebido a atenção dos dirigentes, com a equitação fundamental recebendo seus próprios campeonatos. No estado de São Paulo, 35 provas para escolas de equitação foram previstas para a temporada de 2002. A Federação Paulista de Hipismo-FPH indica uma tendência de aumento de 20% anual de cavaleiros e cavalos registrados, o que equivale, em 2002, a 1.150 cavalos e 680 cavaleiros. Segundo Leschonski (2002), a atividade base é tanto causa como conseqüência dos resultados internacionais de duas medalhas de bronze olímpicas por equipe, um campeonato mundial individual e o tri-campeonato da Copa do Mundo. Ainda que boa parte desses resultados seja de cavaleiros brasileiros radicados no exterior, essas conquistas estão certamente ligadas ao interesse dos jovens cavaleiros e amazonas do Brasil.

 

Fonte: http://www.ahistoria.com.br/esportes-hipicos/

bottom of page